quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Planta




Dizem que pra você estar pronta para um casamento, vive a dois, você deve ter cuidado de uma planta em um ano e no seguinte, um cachorro. Caso nenhum morra você está apto para se casar. O curioso disso tudo é que tenho medo de não conseguir cuidar dessa planta, tenho medo de alegrá-la, passar horas conversando, tocar músicas, das mais alegres a aquelas que inquietam o espírito. De rir atoa só para despertar sensações boas, de olhar tudo com bons olhos, olhando-a de forma saudável e bela. Tenho medo de olhar tudo isso e esquecer o fundamental, se regá-la, para que a vida dentro dela se fortifique, e ai não haverá apenas raízes, folhas, galhos, mas sim uma planta cheia de vida e cores. Tenho um medo de me preocupar tanto de coisas externas de esquecer o essencial da sua água. Hoje eu sou essa planta, cercada de atrativos, cercada de coisas que me constituem alguém que possui todos os indícios que o mundo prega para ser forte, mas ainda tenho medo, pois não sinto que tenho o fundamental. Estou cada vez mais me afastando dele e isso me trás um desespero constante, medo de passar e eu nunca ter aquela paz que tanto ouvi falar. Tenho medo Pai, de me aproximar de tudo que me fascina momentaneamente e me afastar da coisa que mais amo no mundo, você. Não quero que minha vida não tenha espaço pra você ou que você seja secundário a ela, sei exatamente de todas as maravilhas que você já operou e ainda opera em mim e porque não largar tudo e estar com você? Pai, eu te quero, te preciso, eu te amo muito e nunca te abandonarei. É uma promessa. 


J.

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