segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Turbilhão



Chega de cartões que relembram um passado, passado esse que como uma lagarta se transforma na borboleta, e assim, no meu presente. Presentes que já foram esquecidos ou jogados fora, como aquela velha garrafa de wisky ou a declaração. Hoje declaro, apesar de um triste desfecho é quem eu vejo. Vejo em cada canto do aeroporto e as frases ditas sempre ecoam na minha cabeça. Cabeça dura essa de lembrar somente dos bons momentos. Tive outro momento, daqueles de fechar os olhos e sorrir. Sorria pela cia, pela comida e pelo beijo. Aquele beijo bem marcado. Um dia marcado que quase foi anulado pela distância das voltas tecnológicas. Tecnologia deplorável para relacionamentos. Relacionamentos são enraizados no olho no olho e pele na pele. A pela revela a verdade, aquela que as palavras não conseguem dizer por si próprias. Próprios medos que não se pode esconder. Escondidos são aprisionantes e não se consegue mais viver do que um dia de domingo. Dia de promessas e de renovações, acompanhados de um belo champanhe que foi ofuscado pelo preço das vestes brancas medicinais. Que o branco continue levando para a imensidão esse turbilhão e que a volta se mantenha prazerosa e surpreendente. Alivia.

J.

Um comentário:

  1. Um texto turbilhão, embrulhado...talvez por estares no aeroporto e ser o momento de despedida.
    Beijo
    Graça

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